
Sinopse
Década de 1990. Beto Falcão (Emilio Dantas) fez fama como cantor de axé, mas há anos caiu no ostracismo e passa por uma crise existencial por conta do fracasso. A namorada arrivista, Karola (Deborah Secco), se mostra impaciente com a falta de perspectiva na carreira do cantor, e o relacionamento entre os dois estremece. Beto ainda lida com as dívidas contraídas por Remy (Vladimir Brichta), o irmão administrador de sua carreira. Ele aceita fazer uma apresentação em Aracaju, mas perde o voo. O avião em que iria embarcar cai no mar e Beto é dado como morto.
Surge de imediato uma inesperada comoção nacional, elevando o cantor à categoria de mito, o que atrai a cobiça de Karola e Remy. Sem que ninguém saiba, os dois mantêm um caso e percebem que a situação pode render muito dinheiro. Beto é convencido pela dupla de interesseiros a não revelar que está vivo e passar um período na ilha de Boiporã, próximo a Salvador. Karola e Remy garantem a ele que em pouco tempo levantarão dinheiro e prometem explicar o plano à família dos irmãos Falcão. Mas não cumprem o combinado, já que Remy tem certeza de que a família não aceitaria a farsa.
Em Boiporã, Beto conhece Luzia (Giovanna Antonelli), uma mulher simples e atraente. Abandonada pelo marido, ela cria sozinha um casal de filhos pequenos e ganha a vida catando mariscos na ilha. Assim como Beto, Luzia tem talento para a música. Os dois se apaixonam e fazem planos de casamento sem que ela saiba a verdadeira identidade do cantor, agora Miguel. Mas logo a felicidade do casal é interrompida com a chegada de Karola à ilha. Ela se aproxima de Luzia e mente que está grávida só para separar os dois. A marisqueira resolve se afastar de Beto.
Beto não se conforma com o afastamento de Luzia, que recebe o apoio do amigo gringo, Groa (André Dias), dono do bar onde ela canta sem pretensões artísticas. Enquanto isso, Karola volta a Salvador para anunciar a todos que está esperando um filho do cantor. A amiga Laureta (Adriana Esteves), uma mulher ardilosa, fareja algo estranho. Elas têm uma relação forte, mas longe de ser uma amizade verdadeira. Laureta é uma poderosa promoter de eventos, profissão de fachada, porque, na verdade, agencia moças e rapazes para programas com uma clientela selecionada.
Laureta vai atrás de Karola em Boiporã e descobre que Beto está vivo. Chantageia a “amiga” para manter o segredo escondido. A partir daí, Laureta será a grande mentora de Karola nos planos para afastar Beto de Luzia. É ela quem encontra o marido desaparecido da marisqueira, Edilei (Paulo Borges), e o traz de volta, como parte dos planos para separar o casal. Arrasado e acreditando que o filho que Luzia espera não é seu, Beto marca um encontro. Mas Edilei chega e, cheio de ódio, agride Beto, que cai desacordado, enquanto Luzia empurra o marido, que despenca do mirante.
Uma série de acontecimentos posteriores, orquestrados por Karola e Laureta, fazem com que Luzia pareça culpada pela morte de Edilei e acredite que Beto não sobreviveu à pancada na cabeça. Depois do parto, Luzia recebe a notícia de que seu bebê nasceu morto, mas Karola se apossou dele. Condenada, Luzia decide aceitar a proposta de Groa para morar na Europa, sendo obrigada a abandonar seus filhos. Os anos passam e Luzia se transformou na famosa DJ Ariella. Mesmo correndo o risco de ser presa ao pisar no Brasil, ela decide voltar para rever os filhos que deixou para trás.
EMÍLIO DANTAS – Beto Falcão / Miguel
GIOVANNA ANTONELLI – Luzia Batista / Ariella
DEBORAH SECCO – Karola (Caroline)
ADRIANA ESTEVES – Laureta Botini
VLADIMIR BRICHTA – Remy Falcão
FABÍULA NASCIMENTO – Cacau (Maria Cláudia Batista)
LUÍSA ARRAES – Manu
RAFAELA BRASIL – Manu (criança)
CHAY SUEDE – Ícaro
THALES MIRANDA – Ícaro (criança)
PAULO BORGES – Edilei
ANDRÉ DIAS – Groa
ZECA DE ABREU – Januária
DANILO MESQUITA – Valentim
JOSÉ DE ABREU – Dodô (Domício Falcão)
ARLETE SALLES – Naná (Nazira Falcão)
ARMANDO BABAIOFF – Ionan
ROBERTA RODRIGUES – Doralice
JOÃO ACAIABE – Pai Didico
LUÍS LOBIANCO – Clóvis
THALITA CARAUTA – Gorete
PABLO MORAIS – Tomé
FRANCISCO CUOCO – Nestor Maranhão
TARSILA LIMA – Júnia
ÍCARO ZULU – Doni (Domício Falcão Neto)
ODILON WAGNER – Severo Athayde
CÁSSIA KISS – Claudine
CACO CIOCLER – Edgar
MARIA LUÍSA MENDONÇA – Karen
GIOVANNA LANCELOTTI – Rochelle
FABRÍCIO BOLIVEIRA – Roberval Santos
CLÁUDIA DI MOURA – Zefa (Josefa Santos)
LETÍCIA COLIN – Rosa
NANDA COSTA – Maura
ROBERTO BONFIM – Agenor Câmara
KELZY ECARD – Nice
CAROL FAZU – Selma
JACKSON COSTA – Lourival
DANILO FERREIRA – Acácio Pereira
OSMAR SILVEIRA – Narciso Rangel
YGOR RODRIGUES – Tupã
NARCIVAL RUBENS – Galdino Navarro
CAMILA LUCCIOLA – Katiandrea
ROBERTHA PORTELLA – Ariadna
HUGO MOURA – Robinho
CIRO SALES – Du Love
O autor João Emanuel Carneiro assim definiu sua novela:
“O segundo sol significa a nova chance para recompor a vida. Todos nós podemos ter a oportunidade de um novo começo e somos os protagonistas dessa mudança. A novela vai mostrar isso por meio da trajetória de alguns personagens, como Luzia (Giovanna Antonelli), Beto Falcão (Emílio Dantas) e Roberval (Fabrício Boliveira).”
Sobre as vilãs Laureta (Adriana Esteves) e Karola (Deborah Secco), contou o autor:
“Elas são amorais, mas bem-humoradas, até um pouco palhaças. As duas se dividem nas maldades, mas a Laureta está sempre à frente, é a mentora dos planos. Karola e Laureta mantêm uma relação de dependência, um pouco simbiótica, se complementam.”
Além das aulas com o preparador de atores Eduardo Milewickz, o elenco participou de workshops, com capoeira, dança afro, com o consagrado coreógrafo baiano Zebrinha, e prosódia, para chegar a um sotaque leve, com melodia, mas sem ser carregado.
No início de março de 2018, equipe e elenco iniciaram as gravações no sul da Bahia, no centro histórico de Porto Seguro, próximo ao Marco do Descobrimento. A região serviu de cenário para a fictícia ilha de Boiporã. Logo depois, os trabalhos seguiram para Trancoso, em locações como a Praia do Espelho e a fazenda de praia Ponta de Juacema. Em Rio da Barra, outra praia de Trancoso, onde também foram realizadas cenas da fictícia Boiporã, a equipe de cenografia construiu as casas de Luzia e de sua irmã Cacau (Fabíula Nascimento). As duas moradias são idênticas a outras duas construídas numa locação externa nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, onde foram gravadas as cenas de interior antes da viagem.
Na última semana de março, os trabalhos migraram para Salvador, onde a trama é ambientada, com gravações na Feira de São Joaquim, localizada no bairro do Comércio, a Igreja de São Francisco, no Pelourinho, a Praça Castro Alves, o bairro Santo Antônio Além do Carmo, o Forte da Capoeira, a praia do Porto da Barra, o Mercado Modelo e a Comunidade Solar do Unhão, localizada na Gamboa de Baixo.
Para gravar na Bahia por tantos dias, foi necessário o transporte de equipamentos em quatro caminhões. Um caminhão maior, com 20 metros de altura, comportou materiais de cenografia, arte e figurino. Roupas e acessórios foram levados em 14 malas grandes. Ao todo, as gravações na Bahia contaram com cerca de 200 profissionais, entre equipe e elenco, e mais de mil figurantes locais.
Com um dicionário de “baianês” sempre em mãos, o ator Emilio Dantas fez uma verdadeira imersão nos hábitos e na cultura locais e conviveu bastante com o povo baiano. Destaque para as gravações em que seu personagem, Beto Falcão, se apresenta em cima do trio elétrico, onde o ator interagiu com centenas de figurantes.
A pesquisa in loco foi fundamental para as equipes de cenografia e de produção de arte criar cenários e vivências de uma novela passada inteiramente na Bahia. Foram quatro viagens para Salvador e sul do estado antes do início das gravações, com o objetivo de observar tudo o que pudesse contribuir para criar uma ambientação moderna, preservando as características locais.
“Decidimos por uma paleta de cores muito interessante, que não remete a uma Bahia colorida demais, mas também fugimos do conceito ‘clean’, porque aí não ficaria fiel. Usamos muitos tons, como verdes, castanhos, berinjela e cobre para mostrar uma Bahia cosmopolita, menos regional, que é como a observamos hoje”, explicou a cenógrafa May Martins.
O grande desafio foi a construção da cidade cenográfica, nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, que abriga, na maior parte, o histórico bairro de Santo Antônio Além do Carmo. Para recriar a atmosfera desse lugar, a cenógrafa optou pelos sobrados com fachadas estreitas e comprimento extenso, sempre terminando perto do mar.
A equipe de cenografia reproduziu a famosa Cruz do Pascoal no tamanho original, com os mesmos azulejos portugueses seculares, mas quis mostrar a religiosidade local sem copiar exatamente o que existe em Salvador. A cidade cenográfica também tem lojas de artesanatos para turistas, de instrumentos musicais, e de roupas usadas nos terreiros de candomblé.
Além do bairro de Santo Antônio Além do Carmo, a cidade cenográfica abriga o casarão ocupado onde vivem alguns jovens da trama. A inspiração veio das ocupações desse tipo no bairro Dois de Julho. Por conta dessa dinâmica de vida em comunidade, o interior do casarão possui três andares distribuídos de forma irregular na construção, que tem 13 metros de altura e 140 metros quadrados de área.
Entre os cenários de estúdio, estão a mansão da família de Severo (Odilon Wagner), a luxuosa casa de Laureta (Adriana Esteves) e a cobertura de Karola (Deborah Secco), que só aparece na segunda fase da trama.
“Na mansão de Severo, montamos quase um museu com o que há de mais tradicional e representativo da aristocracia baiana. Tem um certo barroquismo na decoração e nos tecidos, muitos móveis antigos, luminárias e coleções de castiçais, é um clássico fácil de identificar”, explicou a cenógrafa May Martins.
Já os ambientes de Laureta e Karola (Deborah Secco) revelam uma ostentação moderna com elementos contemporâneos. Um tanto over, as personagens espalham diversos objetos de arte regional, como santos e patuás, mas com exagero.
Ao observar o visual dos baianos, a figurinista Helena Gastal e o caracterizador Fernando Torquatto perceberam o quanto eles têm autoestima e liberdade para se produzirem da maneira que desejam, mostrando sua verdadeira personalidade. Por isso, o figurino e a caracterização de cada personagem se diferencia bastante um do outro, conferindo um estilo que traduz de forma bem particular o jeito de ser de cada um. Nas mulheres da trama, essa diferenciação é mais evidente.
Na primeira fase, a equipe decidiu não ousar no visual da protagonista Luzia (Giovanna Antonelli), já que a personagem é uma marisqueira simples, que vive na beira da praia. Em compensação, para as cenas da segunda fase, quando Luzia se torna a DJ Ariella, a dupla ousou.
“Criei um figurino mais “street” para a personagem, porque ela é moderna, vem da Islândia, e também para aproximá-la do universo da filha, que se veste nesse estilo. Mesmo tanto tempo longe uma da outra, elas têm uma identificação que as une”, contou Helena Gastal, referindo-se a Manu (Luísa Arraes). Na caracterização, Fernando Torquatto optou por mudar radicalmente o cabelo da personagem, que passa do ondulado comprido em tom castanho para um cabelo descolorido, com pontas bem claras, na altura do ombro. Na maquiagem, a personagem está sempre com os olhos pintados com lápis preto por dentro e uma máscara de cílios mais intensa.
A aparência da vilã Karola (Deborah Secco) também vai mudar bastante da primeira para a segunda fase. Ela enriquece durante os anos que vive com Beto Falcão (Emilio Dantas) e passa a usar roupas e acessórios que denotam a sua condição de vida. Já a maquiagem é mais sutil, predominando tons rosados e claros. Em Laureta (Adriana Esteves), as tintas são mais fortes, já que fica mais claro para o espectador os objetivos dela. Ao se vestir, Laureta gosta de cor forte nas roupas e acessórios maiores.
Entre as personagens mais jovens, o visual de Rochelle (Giovanna Lancellotti) promete se destacar como o mais moderno, combinando com o perfil digital influencer da moça.
Para os homens, a equipe escolheu um visual mais tradicional, variando de acordo com o estilo de vida de cada um. Na segunda fase, Beto Falcão está rico e isso fica claro no corte de cabelo e nas roupas, mas sempre com um tom mais despojado. Enquanto o personagem ainda vive a carreira de cantor, ele aparece usando dreads no cabelo e barba. Quando vai se esconder na fictícia Boiporã, está de cara limpa e cabelo curto. Passados 18 anos, ele vai ostentar alguns fios branco nos cabelos, que estarão um pouco mais desalinhados.
O personagem masculino de visual mais clássico é Edgar (Caco Ciocler), que usa muita camisa polo e de tecido e não muda o estilo com o passar dos anos. O cabelo é curtinho, arrumado. Já Roberval (Fabrício Boliveira), que começa a trama como motorista usando uniforme e tranças no cabelo, volta milionário vestindo ternos que prometem se destacar. Entre os rapazes, o figurino de Ícaro (Chay Suede) evidencia seu lado rebelde. Já Valentim (Danilo Mesquita) segue a linha chique e despojada do pai, Beto Falcão. Um tipo que se destoa de todos pela originalidade é o islandês Groa (André Dias), que usa roupas mais coloridas, com estampas, acessórios, como pulseiras e anéis, e cabelo comprido e barba.
O diretor artístico Dennis Carvalho comentou sobre a trilha sonora da novela:
“Queríamos trazer os grandes clássicos da axé music dos anos 1990, mas com algum diferencial. Então, reunimos canções lindas e contagiantes, que fazem parte da memória afetiva de quem viveu aquela época, regravadas por outros cantores, com arranjos novos. Entre os exemplos ‘O Mais Belo dos Belos’, com Alcione, ‘Baianidade Nagô’, com Maria Gadu, ‘Beleza Rara’, na voz de Thiaguinho, ‘Mal Acostumada’, gravada por Simone e Simaria, ‘Vem Meu Amor’, com Wesley Safadão, e ‘Beija-Flor’, com Johnny Hooker, e outras. Temos até uma versão em inglês de ‘Swing da Cor’, que encomendamos para Ikoko, uma dupla de DJs que faz sucesso lá fora. A música se chama ‘Swing all The Colors”. Outra música que foi encomendada especialmente para a novela é ‘Axé Pelô’, o grande hit do personagem Beto Falcão. Emilio Dantas gravou a música, composta por Marquinhos Osósio e Rô Case.”
Tema de Abertura: O SEGUNDO SOL – Baiana System
Quando o segundo sol chegar
Para realinhar as órbitas dos planetas
Derrubando com assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa
Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse você disse
E eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza
De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão
Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia sem explicação
Explicação, não tem explicação
Explicação, não
Não tem explicação…